Serviço Nacional de Saúde era o que se chamava e era excelente dentro das possibilidades deste país. Agora é tratado como “Serviço Nacional de Morte Anunciada”. É uma crónica emocionada do nosso amigo Fernando Correia
Serviço Nacional de Saúde
Era o que se chamava.
Era excelente dentro das possibilidades deste país.
Agora é tratado como “Serviço Nacional de Morte Anunciada”.
É uma crónica do nosso amigo Fernando Correia

São inúmeros os casos diários de pessoas que morrem por falta de assistência e de doentes que andam em bolandas de hospital em hospital à espera de atendimento, de vez, da especialidade ou de uma vaga para apreciação e tratamento do seu caso
Dois exemplos:
Foi diagnosticado a uma senhora (idade de menopausa) um problema na glândula tiróide e um tumor num ovário. Foi pedida uma biópsia urgente, porque se o tumor fosse maligno havia mais hipóteses de o extrair e debelar o mal. A aflição e a dor transformaram-se , rapidamente, em angustia e em ameaça de morte. Porquê?
Porque no hospital da área da sua residência lhe marcaram a biópsia para o mês de Novembro de 2014, tendo sido detectado o mal em Fevereiro. Falou comigo a chorar pelo medo de me perder. É a ninha filha mais velha. Não será por essa razão que ela vai ficar sem tratamento, porque eu estou presente.
Mas pergunto:- Que Serviço Nacional de Saúde é este? Que protecção (elementar) existe para os cidadãos deste país? Já agora e só porque vem ao correr da escrita, lembro que o plural de cidadão é cidadãos e não cidadões, como já ouvi dizer a gente com responsabilidades.
O segundo exemplo tem a ver com uma “PEG” colocada numa senhora que não pode ingerir alimentos pelas boca, logo tem de ser injectada através de sonda própria (”PEG”), directamente no estômago.
A “PEG” tem a duração de três meses que se completaram em Fevereiro deste ano. Os familiares dirigiram-se ao respectivo hospital para se proceder à mudança. Foi-lhes dito, com a maior tranquilidade e desfaçatez, que a mudança ficaria marcada para o final do mês de Maio Pode não haver perigo de infecção, pode tudo correr bem; mas se há prazos de validade, porque não se respeitam?
É a mãe de três dos meus filhos.
São apenas dois casos, dos muitos que me chegam diariamente. Mas ficam como exemplo, até porque me são próximos Os jovens que emigrem, os velhos que morram e os doentes que não se tratem Mas que país é este em que vivemos?
Fernando Correia escreve regularmente no “Jornal Daqui” do Concelho de Mafra
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